quarta-feira, 15 de julho de 2009

Limitando-se


Ao abrir a janela e me deparar com o muro branco, recolhi-me. Todos os dias eram assim, a janela do meu quarto dava para esse muro. Mas hoje, de forma particular, essa limitação me irritou. A mesmice da rotina, a redundância dos dias que são exatemente iguais. O calor que não me esquenta, o frio que não me resfria. O som que não me anima, a visão que se limita... E na tentativa (vã) de procurar pequenas felicidades, vou encontrando grandes fantasias frustradas dentro de mim.
O sol estava no céu pela manhã, costumeiro aos dias de inverno, brilhante e sem calor. O seu brilho tão intenso apenas, não fora capaz de esquentar a frieza dos meus sentimentos.

Sentada diante do caderno de trecos, as palavras pareciam esconder em minha imaginação, como se recusassem a transcrever minhas lamúrias inflamadas...

Como que fincadas pela minha insistência, as palavras pareciam tortas na folha, como se quisessem sair pulando pra qualquer outra história, que tivesse pelo menos a ânsia de o final sair feliz... mas perderam a luta, e ficaram por aqui sem saber qual será por fim, o fim.

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