sexta-feira, 8 de maio de 2009

Enquanto isso, a chuva...


Uma tarde de outono fria e chuvosa, nem tão típica pra região brasileira que moro, meu primeiro ruído naquela tarde foi: "que tédio". Um tempo assim só iria me atrasar, a chuva ia me segurar em casa enquanto meus compromissos deslizariam com a enxurrada que descia. Sentei no sofá e comecei o murmúrio, as lamúrias, meu íntimo solilóquio. Levantei-me e andei em direção a sacada, abrindo devagar as enormes portas de vidro comecei a sentir o vento gélido batendo no meu rosto, avancei até o parapeito e olhei para baixo. As gotas da chuva escorregavam pela janela como uma criança desliza o traseirinho em um tobogã. Nessa analogia interna sorri. Mais adiante, um grupo de amigos aproveitavam a chuva para correrem entre as poças que a água da chuva deixava nos vãos do asfalto, o afeto e a correria se encarregavam de aquecê-los do vento que revirava seus guarda-chuvas. Sorri feliz. Voltei-me pra dentro de mim e pra dentro do apartamento fechando as portas da sacada. Sentei-me novamente no sofá e falei comigo mesma: "o que faz um dia de chuva e frio, ser tão claro e quente como um dia de sol é o calor e a alvura do meu coração." Feliz, botei uma roupa colorida, minha novas galochas cor de rosa, meu guarda-chuva desenhado um sol e saí feliz da vida. Sentindo o frio entrar na minha pele num sinal que eu estava mesmo era quente, e as gotas da chuva que insistiam em me respingar como se quisessem brincar, fazendo de mim, um vivo tobogã.

Um comentário:

  1. Eu convidaria vc pra pular nas poças d´agua e correr em direção ao mar!!! rs rs

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