Continuei a passos curtos e vagarosos minha caminhada entre as estantes. Apesar de estar caminhando lentamente, não havia parado para, delicadamente, colher alguma flor desses imensos canteiros de conhecimento. Mas foi neste momento que algo aconteceu. Um livro saltou da prateleira e caiu na minha cabeça. Livro sazonado, maçã de Newton.
Fruto maduro, cor de laranja e um pássaro na capa. Uma águia, simbólico, essa idéia mística de ressurgir das cinzas. Havia também um sol e em letras pretas o título “Longe é um lugar que não existe” – Richard Bach. Criatura e Criador. O título é conhecido por nós.
Coloquei de volta o pequeno livro na grande estante, mas ele tornou saltar, abrindo dessa vez suas folhas como se fossem asas e pousou sobre minhas mãos... Asas abertas e mensagem no bico “Cada presente de um amigo é um desejo por sua felicidade”.
No meio dessa peripécia do acaso, lembrei-me que jamais estivemos distantes. Afinal, te guardei comigo como se fosse livro-pássaro, asas abertas, carregando conhecimento, sentimento e tantos outros alimentos para fazer crescer forte e poder alçar vôo tudo isso de bonito que guardo no meu ninho.
“E no meio do Aqui e do Agora, não acha que podemos nos encontrar de vez em quando?” Sigo dizendo – ave do meu ninho – quando se está dentro da gente, “Longe é um lugar que não existe!