sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sentimental Verdade

Sentimentalismo
Sente e mente
Mente o que sente
Sente sua mente
O ismo...
Verdade
Verde idade
Esperança madura
Espera imatura
Saudade
Sentimental de verdade
Mentir e ver
Metade
Idade mental
Ver (se) da de imortal
...e morre.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Amor em Condicional


A sociedade prende-se no clichê: Amor tem que ser livre! Vemos nos sites de relacionamentos a opção: "Relacionamento aberto" e encaramos isso como livres de qualquer responsabilidade.
Mudam-se os valores, mudam-se as causas, enfim, muda-se.
Aquela dorzinha de ansiedade do: "Será que ele vai ligar?" já entrou em extinção.
A filha preparar o pai uma semana que o namorado vem pedi-la em namoro no final de semana? Coisa de novela de época.
E assim vamos nos enclinando em uma era "Em Condicional"...
Amamos por encomenda.
Sonhamos por encomenda.
É como entrar em uma loja, esolher as roupas, levá-las para casa, experimentar uma a uma e depois escolher, a que me caiu bem, a que mais me agradou, a que me deixou mais magra... E o que sobrou volta pras prateleiras da loja, até outra vir e fazer a mesma coisa, um ciclo.
Não concorda? Segue o raciocínio:
Sábado, você escolhe a balada como quem escolhe uma loja, seleciona os amigos como quem seleciona que tipo de roupa comprar. Dá um olhada geral, como quando passa os olhos pelos modelos e cores. E aos poucos vai selecionando, aquele com ar de intelectual, o da tatuagem, o com o copo na mão... e sai a caça.
Leva para casa, nem que seja na memória, e durante um tempo, seleciona o que mais lhe agrada.
O fulano mandou flores para você. E daí? Nunca reparou que ele só usa sapatos marrom?
O outro lhe falou palavras bonitas. Mas você não reparou como é magrelo? Pareço enorme perto dele.
Criamos amores em condicional, descartamos, acatamos...
E onde vamos parar, pergunto-me frente ao espelho.
E assim, escolhemos nosso amor em condicional para amarmos incondicionalmente, pelo menos até surgir um novo modelo que não pode faltar no guarda-roupas.
Ainda acredito no amor como peça única, aquela reliquia guardada a sete-chaves, desenhada única e exclusivamente. Mas é tão raro isso...

sábado, 14 de fevereiro de 2009


No meio do caminho dele havia duas coisas: Os livros e eu.


Ele parou e perguntou:


-O que há aí?


-POESIA, respondi.


-Nos livros, não em você. Retrucou ele.


-"..."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Querência


Era um sábado de manhã, que se aproximava já sabendo que ia partir. Os olhos transformavam em nuvens carregadas prontas para desaguar...
O sol era intenso.
O sorriso era bem vindo, e já ia-se indo com o fechar das portas do ônibus...
A esperança ficou no pátio. Os olhos fitos na partida ficaram cravados como pregos no coração.
Era um misto de alívio e ânsia.
Era a saudade habitando o nosso lugar lá.
Lugar de cheiro característico, de vento inquieto, de calor humano.
Lugar de vontades, de sonhos, de missão cumprida, de querência de ficar, nem que seja na lembrança...

Acendam as luzes


E do escuro nasceu o teatro, e acendeu nossos sonhos. Cada novo ponto de luz era um par... de olhos atentos. E num segundo a claridade transformou toda quimera em realidade. Toda imaginação tornou-se palco, os ruídos viraram sons que viraram música. Os movimentos viraram passos que viraram dança. E o verbo ligava toda a ação. De cada ser um personagem de si mesmo, de cada si mesmo um personagem ser. E foi.O virtuoso sujeito, todo predicado, todo dedicado fazia malabares em linhas soltas, segurava a oração em prece e apreço.E o sonho se solidificou, sólido ficou, a roupa fantasiada, a cara pintada, e a mão todinha lavada... sem culpa. E a febre sarou... santo remédio o sarau... sem cessar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sarau Serão



E a chuva melou o dia, e enquanto a maioria se dissipava em murmúrios, alguns guerreiros fizeram melodia, das gotas caídas que por este feito fazia subir, em flor, em voz, em valor, em sarau!

De que se é feito então se o efeito implora decência e perdão?
De que se refaz em mural, em papel, em cartaz, e na paz musical?
E de onde se cresce e se inspira, na luz que de dia se doa em farol,
Se ressoa harmonia, se faz da sonata o dueto da lua e do sol.
E se há sol pode haver uma clave, um cordel pode ser nossa chave.
E se abre o salão, e serão o sarau seremos então. Faremos.
A arte chegou e em volta ficamos nas curvas de um violão.
E a poesia que inspira soletra alegria em alto e bom som.
Dá-se em tom.
Inovação, invocação, se há prece, se apresse que as horas são e vão
Demonstração, satisfação, que sinto, na arte, na vida, na expressão.
No futuro o passado presente, sarau serão!