quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Diálogos mudos

- Sabia que encontraria você aqui.
- Nunca gostei de ser previsível...
- Não, você não é previsível, foi meu instinto que disse que eu a encontraria aqui.
- E o que te traz até mim?
- Vou embora, queria me despedir.
- Vai embora? Pra onde?
- Meu lugar não é aqui, você sabe.
- O que eu devo dizer?
- Esperei que você me pedisse pra ficar. Que o pedido da pulseira fosse esse: "Que ele fique"
- Mas eu não posso te impedir de ir.
- Você podia.
- E você ficaria?
- Por você sim. Enfim, estou indo
- Boa viagem. Quando volta?
- Não sei se volto.
- De certa forma você vai ficar, te guardei em mim...
- Deseje boa viagem ao teu eu que vou levar comigo.
- BOA VIAGEM!

Um abraço (...)

E ele segurou o nariz querendo segurar o choro. Ela, dentro do orgulho agora dilatado, fingia um sorriso enigmático; empurrar os lábios num sorriso era como rasgar um pedaço da alma, picotar e jogar no meio do furacão de sentimentos que trazia dentro si, que além de uma tempestade de lágrimas, possuía agora uma enorme vontade de ser sugada pra dentro daquilo que ela costuma chamar de "eu"...